Trouxemos 2 lotes de Comet, a variedade semi-selvagem que vem ganhando cada vez mais espaço em Juicy IPAs.

Lúpulo Comet Bredenhof

O Comet quase desapareceu do mercado americano, mesmo tendo sido um dos primeiros lúpulos a serem desenvolvidos por lá. A USDA o lançou comercialmente no ano de 1974 e foi pensado como um lúpulo de amargor, já que possuía uma carga alta de alfa-ácidos. Porém essa alta carga começou a não ser suficiente conforme novas variedades surgiram nas décadas seguintes, com um custo por kg de alfa-ácido menor. E foi a partir da década de 90 que essa variedade começou a desaparecer das fazendas, e por consequência, das cervejas americanas e de todo o mundo.

Acontece que o Comet possui uma carga de óleos totais bastante alta, e mais importante, com um perfil sensorial cítrico, frutado e resinoso intenso. Era questão de tempo até que cervejeiros descobrissem o potencial aromático da variedade, principalmente quando adicionado durante o dry hopping.

E dentro dos óleos totais, podemos destacar dois: beta-pineno e precursores de geraniol. Ambos são melhor extraídos durante o dry hopping, por isso recomendamos que as adições desse lúpulo sejam feitas nessa etapa. E os seus precursores de geraniol são especialmente interessantes para receitas que busquem biotransformação, onde esses precursores se transformarão em geraniol, aumentando a carga do óleo após o dry hopping, o que potencializa um perfil sensorial cítrico e frutado na cerveja.

Lúpulo Comet Mill 95

Comet Mill95 no conforto da nossa câmara fria.

E foi com essa visão que buscamos lotes incríveis de Comet quando visitamos diversas fazendas dos EUA na última colheita. E nos surpreendemos com duas grandes descobertas: há de fato um renascimento da variedade, com inúmeras fazendas cultivando a mesma, como também percebemos uma grande sensibilidade a terroir. 

Nós sempre olhamos para o terroir com muita atenção, pois sabemos que ele influencia consideravelmente inúmeras variedades, sendo que umas são especialmente sensíveis. O Comet é sem dúvidas uma das variedades mais adaptáveis e transformáveis que já vimos. E com essa descoberta, selecionamos dois lotes diferentes para trazer ao Brasil, um da Mill95, localizada no Idaho, e outro da Bredenhof, no Canadá.

Comet Mill95:

Aqui selecionamos um Comet que busca preencher o perfil sensorial tradicionalmente associado à variedade. Nesse lote você encontrará um sabor e aroma predominantemente cítrico, associado a tangerina, laranja, pomelo... acompanhado de um pouco de gramíneo e resina, com um leve "dank".

Análise do lote:
Alfa-ácidos: 9,8%
Beta-ácidos: 4,2%

Óleos Totais: 1,6ml/100g

Comet Canadense:

O Comet cultivado pela Bredenhof em Abbotsford, no Canadá, nos surpreendeu muito. Tanto pelo fato de ser um lúpulo cultivado em uma região pouco conhecida, como pelo perfil sensorial da variedade nesse terroir, e a sua totalidade de óleos. Diferentemente do que se espera tradicionalmente do Comet, aqui temos um perfil sensorial predominantemente "dank" e resinoso, com um cítrico em segundo plano, lembrando toranja e um pouco de capim-limão. Muito interessante para ser utilizado como composição de dry hopping em Juicy IPAs.

Análise do lote:
Alfa-ácidos: 10,8%
Beta-ácidos: 4,9%

Óleos Totais: 3,4ml/100g

O Comet é um lúpulo tão incrível e único que acabamos selecionando não um, mas dois lotes incríveis para você utilizar. Quer contratar ele e outras variedades selecionadas? Fale com a gente ;)

Já viu o post que fizemos sobre o Bravo™? Clique aqui para saber sobre como essa variedade pode ajudar a potencializar um sabor frutado na cerveja de forma eficiente.

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